quinta-feira, novembro 10, 2005

Uma resposta griceana as observacoes de Wittgenstein sobre autoconhecimento de estados mentais

Segue uma parafrase, quase citacao literal, de algumas afirmacoes de Quassim Cassam na introducao do livro editado por ele, Self-Knowledge (Oxford U.P, 1994):

Tradicionalmente tem sido sustentado que os conteudos de nossos estados mentais sao peculiarmente transparentes para nos. Isso pode levar `a tese do acesso privilegiado a esses conteudos, que por sua vez pode levar tambem `a tese da incorrigibilidade de enunciados em primeira pessoa no presente do indicativo (enunciados-pp) que os expressam.

Para Wittgenstein, a incorrigibilidade dos enunciados-pp poe em questao a priopria ideia de que o sujeito possa ter conhecimento desses estados --- pois soh faz sentido falar em conhecimento se faz sentido falar em duvida.

Isso convida a uma resposta inspirada em H. P. Grice, segundo a qual ha possibilidade de erro, mas que essa possibilidade eh implicada pragmaticamente pelas reivindicacoes (claims) ao conhecimento; nao se trata de uma condicao necessaria para a verdade literal de tais reivindicacoes. (p. 15).

Sempre me pareceu interessante aplicar as consideracoes griceanas  nesse contexto, confrontando-as com essa tese wittgensteiniana. Fico feliz em saber que nao sou o unico que pensa assim. Mas essa tambem eh uma tarefa para o futuro.

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