Uma das tarefas mais importantes é expressar todos os falsos processos de pensamento de uma maneira tão característica que o leitor diga, "Sim, é exatamente isso que eu queria dizer". Para traçar a fisionomia de todo erro.
De fato só podemos convencer outra pessoa de que está equivocada se ela reconhece que essa é realmente a expressão de seu sentimento. [...]*
Uma crítica formidável do ceticismo -- bem como de qualquer filosofia séria -- terá que descobrir e alterar sua própria concepção de si mesma (p. 38)
É também nessa linha que os proponentes da leitura "revisionista" do Tractatus (penso aqui especificamente em Cora Diamond e James Conant) defendem que devemos compreender a idéia da "escada" a ser escalada e jogada fora pelo leitor dessa obra. Sem entrar no mérito "global" dessa leitura, penso que ela se sustenta pelo menos em relação ao tratamento do solipsismo no Tractatus (do qual falei neste post).
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*Excerto da seção 87 do texto publicado com o título "Philosophy", em Philosophical Occasions (Klagge & Norman (eds.), Hackett, Cambridge, 1993, pp. 161-199). Esse texto foi extraído do chamado "Big Typescript", seções 86-93)
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