quinta-feira, abril 19, 2012

Stern on resolute/irresolute readings of the Tractatus


This use of morally charged epithets makes the right philosophical position sound like a matter of being tougher than the other kids on the playground, or having a stiff upper lip. 
Stern, D. Wittgenstein’s Philosophical Investigations: An Introduction. Cambridge University Press, 2004, p. 44.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Man is a way of being a body



The first point I wish to put forward is this: man does not have a body, but is his body—his own body. Another way of expressing it is: Man is a way of being a body. Thus, I seem to subscribe now to naturalistic or materialistic reductionism. I hope to be able to prove that I am not so rash. If my philosophical anthropology has some analogues, they can be detected in a number of contemporary philosophical elucidations.3 This does not mean that my ideas are derived from such elucidations, and the ensuing contentions; it only means that they are often in tune with some of them. Like a certain number of contemporary philosophers, but with vastly different assumptions, I try to shun both classical monism (spiritualistic or materialistic) and classical dualism, such as that exemplified in the Cartesian, or Cartesian–Augustinian, idea of an entirely spiritual substance more or less uncomfortably lodged in the body. Basically, what I contend is that nothing can be detected in man that absolutely transcends his body; and that man is not reducible to a material substance. A human being is not a reality, or a cluster of realities, unified by a certain element or principle existing “beyond” or “beneath” it. Man can be defined tentatively as his living. If man is formally defined as a set, he is a set
whose only subset is himself. 
(Ferrater Mora, In: Tree Spanish Philosophers, p. 214)

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Adequate Words

"Just at present almost all university activities in Britain are described in the language of accountancy. So even an activity such as philosophy is described not in terms of hopes and insights, understanding and despair, which at least seem to capture much of it, but in terms of deliverability, production targets, output monitoring, measuring, auditing, appraisal, value-added point-of-service strategic resource allocations, and other horrors adapted, perhaps, for measuring the delivery of coal or the production of landfill, but grotesquely unfitted to describing attempts to understand the world."

Simon Blackburn em Truth: A Guide, p. 95

domingo, maio 16, 2010

Página no academia.edu

Criei uma página no academia.edu:


O serviço parece bem útil--gostei particularmente do visualizador embutido para os textos disponibilizados lá.

sábado, março 27, 2010

Russell vs. cético sobre as condições da implicação


Bertrand Russell was discussing conditional statements of the above type and maintaining that a false statement implies anything and everything. A skeptical philosopher questioned him, “You mean that if 2 + 2 = 5, then you are the Pope?” Russell answered affirmatively and supplied the
following amusing “proof”:
“If we’re assuming 2 + 2 = 5, then certainly you’ll agree that subtracting 2 from each side of the equation gives us 2 = 3. Transposing, we have 3 = 2, and subtracting 1 from each side of the equation gives us 2 = 1. Thus since the Pope and I are two people and 2 = 1, then the Pope and I are one. Hence I’m the Pope.” (pp. 17-18)


Wittgenstein & Carroll


Duas passagens de I Think, Therefore I Laugh:

Both men were concerned with nonsense, logical confusion, and language puzzles—although [...] Wittgenstein was tortured by these things, whereas Carroll was, or at least appeared to be, delighted by them. (The relation between the two men is similar in this latter respect to that between Soren Kierkegaard and Woody Allen: same concerns, different approaches.) (p. 4)

Wittgenstein, for example, was tormented by the fact that a person does not talk about having a pain in his shoe, even though he may have a pain in his foot and his foot is in his shoe. Carroll, had he thought of it, probably would have written of shoes so full of pain that they had to be hospitalized. (p. 7)

quarta-feira, março 10, 2010

Cavell sobre o que é a filosofia

"I understand [philosophy] as a willingness to think not about something other than what ordinary human beings think about, but rather to learn to think undistractedly about things that ordinary human beings cannot help thinking about, or anyway cannot help having occur to them, sometimes in fantasy, sometimes as a flash across a landscape" (Ref)

terça-feira, março 09, 2010

Beta do resumo para o XIV Encontro da Anpof

Abaixo a versão beta do resumo para o XIV Encontro Nacional da ANPOF. Comentários são bem-vindos!



Linguagem comum, critérios e ceticismo: notas sobre a filosofia de Stanley Cavell

A presente comunicação pretende investigar as relações entre três aspectos fundamentais da filosofia de Stanley Cavell: o interesse metodológico pela filosofia da linguagem comum representada nos escritos de J. L. Austin e de Ludwig Wittgenstein, a visão projetiva dos critérios linguísticos sistematizada em The Claim of Reason, e a tese da verdade do ceticismo que subjaz a muitos de seus escritos posteriores. O principal foco do interesse em Austin e em Wittgenstein, do modo como Cavell os interpreta, reside em seu reconhecimento de que a linguagem comum é simultaneamente a origem e o caminho para a cura do impulso metafísico—ou de sua contrapartida, o impulso cético—em filosofia. Daí resulta a visão do filósofo da linguagem comum como alguém que deve ser capaz tanto de dar voz às tentações filosóficas que a posse de critérios possibilita quanto de tentar superá-las, através de uma reflexão que visa a recuperar a consciência de certos aspectos de nossas práticas linguísticas que podem ter sido esquecidos, reprimidos ou sublimados como resultado do ato de filosofar. Parte da explicação para essas tentações reside na insatisfação (demasiado humana) com o fato de que nossos critérios não podem garantir (impessoalmente) o acordo, seja entre diferentes usuários da linguagem, seja da relação desta com o mundo. Dado que nossos critérios baseiam-se apenas nos interesses e nas necessidades humanas—as quais, embora fundamentadas em uma “história natural” comum, encontram-se, assim como essa história, em constante mutação—eles devem estar permanentemente abertos a revisão, e, nesse sentido, devem estar sempre sujeitosao tipo de repúdio favorecido pelo cético. Uma consequência dessa concepção dos critérios é a tese de que Wittgenstein jamais teria pretendido negar, por exemplo, a possibilidade de uma “linguagem privada”; em vez disso, seu objetivo teria sido mostrar que a privacidade é umapossibilidade humana permanente—portanto, que a superação da privacidade deve ser sempre uma conquista, algo pelo qual cada um de nós tem de assumir pessoalmente a responsabilidade. Isso implica que, pace grande parte dos wittgensteinianos, descrever e arrolar nossos critérios simplesmente não pode ser uma maneira de refutar o ceticismo; na verdade, o resultado mais provável dessa estratégia seria o reforço da atitude cética, dada a indicação da real fragilidade dos fundamentos do acordo linguístico. Mas isso não implica que o ceticismo deveria ser simplesmente aceito: o cético pode estar certo ao indicar que a existência do “mundo externo” ou de “outras mentes” não pode ser conhecida com inabalável certeza; entretanto, ele erra ao interpretar esse resultado como uma demonstração de que o mundo e as outras pessoas podem não ser reais. O que há de verdadeiro no ceticismo é a atestação de que, para seres finitos como nós, a realidade do mundo e dos demais sujeitos não podem ser funções de nosso conhecimento, mas dependem antes de nossa aceitação e de nossoreconhecimento—portanto, que os reais custos envolvidos no abandono cético do consentimento não são apenas epistêmicos e teóricos, mas sobretudo práticos ou existenciais.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Cavell and the acknowledgment of human finitude

The burden of Stanley Cavell's philosophy is the acknowledgment of human finitude. (Stephen Mulhall, The Cavell Reader, p. 1)

[...] what the skeptic understands as a process of disillusionment in the name of knowledge, Cavell interprets as an inability or refusal to acknowledge the fact that human knowledge – the knowledge available to finite creatures, subjective agents in an objective world – is necessarily conditioned. (Ibid, p. 9)


segunda-feira, maio 26, 2008

Wittgenstein and Dostoyevsky on Religious Belief

Religious belief could only be something like a passionate commitment to a system of reference, [...] a way of living [...]
(Wittgenstein, Culture and Value, tr. by Peter Winch, Basil Blackwell, 1980)

Alyosha was more of a realist than anyone. Oh! no doubt, in the monastery he fully believed in miracles, but, to my thinking, miracles are never a stumbling-block to the realist. It is not miracles that dispose realists to belief. The genuine realist, if he is an unbeliever, will always find strength and ability to disbelieve in the miraculous, and if he is confronted with a miracle as an irrefutable fact he would rather disbelieve his own senses than admit the fact. Even if he admits it, he admits it as a fact of nature till then unrecognised by him. Faith does not, in the realist, spring from the miracle but the miracle from faith. If the realist once believes, then he is bound by his very realism to admit the miraculous also.
(Fyodor Dostoevsky, The Brothers Karamazov)