Let us imagine the level of disagreement in color judgments increasing. Color fluctuation becomes epidemic and even our own mastery of the colors is being called into doubt by our neighbors, whom we now see as largely color-blind. But now what are our color terms used for? In one sense, they continue to "work." But in another they don't. Orders like "Five red apples, please" are now pointless. Or one might say that such orders are successful only with the frequency as in our present, actual condition we come across people with whom we share a taste in music. But as a result, we cannot use these terms to do what we currently do with color terms. "Cannot" or "do not"? Let us bear this in mind, when we now ask: "Has the use of color terms become nonsensical?" Neither a "yes" nor a "no" seems right. Nature did not reject our color terms, so to speak. The "logic of color terms" was not violated. But we no longer behave in the same ways, are no longer bothered about the same things. The language of color has fallen silent. One might be tempted to offer an explanation here that asserts that this language has fallen silent because, in terms of our earlier purposes, the use of these terms is now pointless--they are now unusable. But unusable for what? The activities in which those terms played a role have also waned. We no longer argue, for example, over the color to paint a room or over the use of pigment in a picture. Concepts articulate our desires as much as our beliefs, and desires articulated in terms of color have sunk into insignificance. Their satisfaction "makes no difference," one might say. Hence, rather than being "unusable," it seems more appropriate to say that color terms simply aren't used. A whole world--populated by people with particular desires and objects of a certain sort in certain kinds of conditions-- wanes. To adapt a well-known line from On Certainty, light fades gradually over the whole.
O mais relevante para mim na análise desse e dos demais casos similares apresentados por McManus é a indicação da impossibilidade de se optar por uma descrição particular da nova situação gerada em detrimento das demais, uma vez que falta uma "realidade externa" onde se apoiar. Acho esse ponto importante, dentre outras razões, pois tem a ver com o que me parece ser um erro fundamental do externalismo, que é justamente o de supor que exista uma tal "realidade".
Comentando essa minha tese, o César disse o seguinte:
Mas não vi como tratar da realidade como problema segundo o texto de McManus. Ele parece estar adotando o realismo padrão. As coisas estão aí e é delas que pretendemos estar falando.
A meu ver o que ocorre é justamente o contrário: penso que McManus não só não está adotando um tal "realismo padrão" (o que eu preferiria chamar de "realismo metafísico", num sentido que já expliquei em posts anteriores), mas antes está usando a posição de W. como base para criticar tal realismo. Isso fica claro na seguinte passagem do McManus, na qual ele cita o próprio Wittgenstein (o "primeiro" :-) ):
A fundamental strand within [Wittgenstein's] thought, early and late, maintains precisely an opposed view, claiming that one cannot assess the intelligibility of a thought by reference to the reality it represents. In identifying this "reality that it represents" one must presuppose the intelligibility, the meaningfulness, of the thought. One must presuppose its meaning if one is to differentiate the parts of reality that are relevant to that thought and its coherence from the indefinitely large regions of reality that are simply irrelevant. What we are imagining ourselves assessing by reference to its conformity to reality is actually what determines how a proposition is compared with reality:
The method of portrayal must be completely determinate before we can compare reality with the proposition at all in order to see whether it is true or false. The method of comparison must be given me before I can make the comparison.
How we compare propositions with reality cannot itself be evaluated by comparing it with reality and learning how to compare propositions with reality cannot itself be aprocess of reading something off reality:
[H]ow is congruence or non-congruence or the like given to us? How can I be told how the proposition represents? Or can this not be said to me at all? And if that is so can I `know' it? If it was supposed to be said to me, then this would have to be done by means of a proposition; but the proposition could only shew it.
Não quero sugerir que a posição de W. nessas passagens seja absolutamente clara, mas uma coisa é certa: para ele e também para McManus, que parece aceitar essa concepção, não há como comparar nossas práticas com uma realidade independente e "externa" às mesmas. Isso para mim é negar o "realismo metafísico" que está por trás do externalismo.
Um comentário:
Ei Jônadas,
Continuo não vendo porque envolver a discussão realismo/anti-realismo nessa história. Por que não ver o caso do desacordo cada vez maior nos juízos sobre cores como algo análogo ao que ocorre nas revoluções científicas (T. Kuhn)? Nesses casos não está sendo discutida a referência dos conceitos, mas sim as concepções, isto é, os vínculos epistemológicos entre os indivíduos e os conceitos.
Acho que não estamos discordando. O que proponho é uma abordagem mais econômica, pois não trata de um problema que não está envolvido.
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